A relação entre psicologia e cinema pode te surpreender.

De fato, ambas são manifestações do saber humano que procuram entender o que se passa na mente das pessoas.

Mas você sabia que o início tanto da psicologia científica quanto da 7ª arte remontam à mesma época? 

Vamos falar sobre isso e muito mais ao longo deste texto…

Prepare-se para entrar conosco em um artigo “de filme”! 

A história da psicologia no cinema

É inegável que um bom filme é capaz de mexer com nossas emoções.

Isso explica porque (alerta de spoiler) tantos telespectadores derramaram litros de choro com o filme Wall-E, após o circuito interno do robô pifar…

Mas como um personagem animado, que fica dentro de uma tela, pode causar tamanha emoção? 

Pois bem, o cinema, desde a sua origem, foi proposto como uma forma de ligar a imaginação humana com a realidade concreta. 

Para tanto, bebeu-se da fonte do conhecimento da psicologia científica que estava germinando na ocasião da primeira demonstração cinematográfica exibida pelos irmãos Lumière na França em 28 de dezembro de 1895. 

Afinal, foi em 1879 que Wilhelm Wundt, considerado o “pai da psicologia moderna”, criou o primeiro laboratório de psicologia experimental, dando o “pontapé inicial” dos estudos psicológicos com uma abordagem científica.

Como a psicologia influencia na criação de personagens 

Como diz Robert McKee, um dos maiores roteiristas de Hollywood, as personagens das histórias cinematográficas tem como propósito criar uma conexão com cada pessoa que assiste ao filme. 

Apesar de cada ser humano carregar dentro de si algo que o faz único, há certas coisas que são comuns dentre grupos de pessoas. 

Carl Gustav Jung, psiquiatra, psicólogo e fundador da psicologia analítica, deu a esses padrões humanos o nome de “arquétipos”.

De acordo com Jung, os arquétipos são uma herança psicológica. Assim, eles derivam das experiências de milhares de gerações de seres humanos no lidar com as vivências do dia a dia.  

Vale destacar que as imagens dos arquétipos são encontradas nos personagens dos filmes, mas também em:

  • Livros;
  • Mitos;
  • Lendas;
  • Sonhos.

Dessa maneira, quando um roteirista desenha a trama cinematográfica, é feita uma construção detalhada dos fatores psicológicoscada personagem.

Tudo isso a fim de que cada um dos participantes do filme se enquadre em um dos 12 arquétipos propostos por Jung, que são o:

  1. Inocente – representa o otimismo, o sonho e a esperança humana;
  2. Sábio – é uma pessoa que faz uma análise detalhada e racional antes de tomar decisões;
  3. Aventureiro – novos ares são o oxigênio de tal arquétipo;
  4. Rebelde – com uma visão de mundo disruptiva, propõe mudanças ao sistema;
  5. Mago – crenças, religiões e mitos fazem parte de sua prática corriqueira;
  6. Herói – figura representada pelo guerreiro, o jogador da equipe, o vencedor, que usam suas virtudes em busca do bem-comum;
  7. Amante – encantador por natureza, esse arquétipo busca agradar os outros com sua postura conquistadora;
  8. Comediante – com essa pessoa ao seu lado, riso não falta nunca; 
  9. Comum – uma pessoa que procura viver de forma simples, geralmente sem grandes pretensões;
  10. Prestativo – são servidores, tornando a vida dos que o cercam mais leve;
  11. Governante – líderes natos;
  12. Criador – pessoas inventivas e artísticas.

Como a psicologia é representada no cinema? 

Filmes e séries têm, direta ou indiretamente, relação com a psicologia.

Diretamente, pois é comum personagens terem algum transtorno da mente.

Já a relação indireta se dá porque cada personagem é como o espelho de questões que fazem parte do imaginário coletivo.

Ou seja, as transformações vividas pelos personagens das telas refletem medos, aspirações e dilemas presenciados na realidade de muitas pessoas.

Tudo isso gera emoções no público, o que torna a 7ª arte tão envolvente.

Os transtornos representados no cinema

Desde os mais comuns, até os mais raros transtornos são representados no cinema.

No último filme do “Coringa”, que estreou em 2019 e teve uma arrebatadora bilheteria (estima-se que a obra faturou mais de 1 bilhão de dólares!) há um caso emblemático. 

O protagonista da peça, interpretado pelo ator Joaquin Phoenix, possivelmente sofre com o transtorno de personalidade esquizóide e também com um tipo raro de epilepsia (crise de epilepsia gelástica), causadora dos surtos de gargalhadas do personagem.

Não para por aí! Há muitos outros filmes para quem é fã da psicologia passar horas em frente à telinha!

Qual a relação da psicologia e o cinema? 

A arte imita a vida. Sem sombra de dúvidas uma das melhores formas de representar as emoções humanas é através do cinema.

Desde sua origem, o cinema tem suas raízes ligadas com o conhecimento da psicologia científica, inaugurada por Wilhelm Wundt.

Nesse viés, ao passo que o conhecimento da mente humana avança, os filmes e séries ficam cada vez mais intrigantes e emocionantes. 

Conclusão

Psicologia e cinema andam lado a lado.

Você pôde perceber, ao longo deste enredo, que muitos personagens dos filmes representam arquétipos cujo intuito é gerar conexão com a audiência.

Também notou que a origem da ciência psicológica e da 7ª arte remontam à mesma época: o final do século XIX.

Portanto, assistir a bons filmes e séries pode ser uma ótima maneira de conhecer mais sobre a mente humana ou ainda se identificar com os personagens das sagas… 

Agora, nós queremos saber: qual seu filme favorito? Deixe abaixo nos comentários! 

Referências

https://amenteemaravilhosa.com.br/psicologia-e-cinema-tem-em-comum/ https://www.redalyc.org/journal/2871/287145646006/html/