Um pesquisador propôs recentemente em sua página do Facebook um exercício imaginativo sobre promover ou não um funcionário considerado “problemático”:

(…) Você é dono de uma empresa. Tem um funcionário genialíssimo, mas que eventualmente questiona os rumos que você toma. Para piorar, ele goza da empatia da maioria dos empregados; ou seja: quando ele fala, as pessoas ouvem; e, geralmente, dão mais razão a ele do que a você. Mas ele é, como disse, genialíssimo. O que você faz então? Demite o fulano e perde um funcionário incrível?

A conclusão dele sugere que muitas empresas costumam promover funcionários com esse perfil para evitar que eles continuem criando problemas entre os pares e comecem inclusive a ajudar os gestores, já que ficaram lado a lado com eles.

Essa não é uma prática incomum nas empresas e leva a duas conclusões: que pouco se tem investido na evolução das relações interpessoais nos ambientes de trabalho e que nem sempre uma promoção significa o desenvolvimento de um profissional. Fato é que as empresas precisam apostar em líderes com competência gerencial e dispostos a compartilhar e a desenvolver pessoas.

Apesar de haver uma busca por ambientes de trabalho mais equilibrados e líderes menos centralizadores e autoritários, ainda existe muita dúvida sobre como incentivar relações pessoais e processos táticos mais humanos e criativos, menos focados na competitividade e mais colaborativos.

Desenvolver um colaborador significa fazê-lo entender que nem tudo se resume às habilidades técnicas que ele possui. O consultor Gilson Santos Bertozzo costuma repetir à exaustão para os profissionais que trabalham com ele que “30% é competência. O resto é relacionamento”. Isso significa que saber se relacionar no ambiente de trabalho, ter autoconhecimento profissional e ter inteligência emocional é um fator que conta muito para o desenvolvimento dos profissionais de todos os níveis. E nos faz lembrar que sim, existem os que são promovidos pela inadequação, mas poucos de fato se desenvolvem durante suas carreiras.

“Profissionais com inteligência emocional tendem a tomar decisões mais conscientes do que aqueles que não possuem. Consequentemente podem fazer escolhas profissionais mais alinhadas com o seu propósito, sentindo-se mais satisfeitas com seu trabalho”, afirma a psicóloga, coaching e especialista em saúde do trabalhador Claudia Comaru, que atende por videochamada no Zenklub.