Quando nasce um bebê, nascem também uma mãe e um pai. É sabido que o cuidado diário com os filhos é de responsabilidade dos pais ou dos cuidadores – e não somente da mãe, como se estabeleceu durante muitos anos. Mas por que então pouco se fala sobre paternidade?

Mais do que falar sobre paternidade, exercê-la com responsabilidade e de forma ativa é fundamental para a formação tanto dos homens enquanto pais quanto dos filhos enquanto seres humanos. Por isso é tão importante que os homens exerçam a licença paternidade, assegurada pelo novo Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016), que estendeu de cinco para 20 dias o período do afastamento do trabalho quando do nascimento dos filhos.

Rosângela Corrêa, psicóloga que atende pelo Zenklub, acredita que o nascimento de um bebê também atinge a saúde mental dos pais. “A notícia do nascimento do primeiro filho pode gerar no homem um sentimento de solidão e desamparo com relação às suas angústias e ansiedades sobre o futuro que está por vir. Todas as atenções estão voltadas para a mulher neste momento, e o homem algumas vezes pode sentir-se só, sem ninguém para compartilhar suas aflições”, escreve ela em artigo sobre paternidade.

Se a licença paternidade ainda causa estranhamento, é por conta de uma sociedade que se desenvolveu com base em conceitos errôneos de que o homem não deve priorizar a família em detrimento do trabalho. Estar perto dos filhos nos primeiros 15 dias de vida do bebê ajuda a criar vínculo com a criança e a construir um novo relacionamento com a mulher que acabou de ser mãe.

Para o ministério da saúde, a ampliação da licença paternidade é mais uma maneira de incentivar a amamentação. De acordo com o ministro da saúde, Ricardo Barros, “Quanto mais tempo as crianças são amamentadas, mais elas adquirem resistência às doenças e intensificam sua relação afetiva com a mãe. Este ano, estamos envolvendo também os pais nesta fase. Por isso, estamos apoiando a ampliação da licença-paternidade daqueles pais que são envolvidos com os cuidados das crianças, para que possam cada vez mais auxiliar as mães, criando um ambiente de conforto e condições adequadas para esta prática tão importante, que é a amamentação”, disse.