É fato que um ambiente seguro e saudável dentro das escolas têm influência direta no desempenho e bem-estar de crianças e adolescentes. No entanto, um dos maiores vilões do ambiente escolar tem sido o bullying. Mas, afinal, como combater o bullying nas escolas?

O bullying está inserido nas escolas e já se tornou um problema frequente para psicólogos, psiquiatras, professores, coordenadores e pais. Consiste na agressão e/ou humilhação recorrente e intencional, podendo ser física, verbal, virtual e sexual.

O bullying pode deixar sequelas gravíssimas na estrutura emocional de uma pessoa como:  Transtorno de Pânico, Fobia Social, Depressão, Transtorno de Ansiedade Generalizada, Anorexia e Bulimia e muitos outros, podendo levar ao suicídio.

Por isso, vamos entender melhor quais são as formas de bullying, suas causas e o que podemos fazer para evitar que esse mal afete ainda mais crianças.

O que é bullying? 

A palavra bullying vem do termo em inglês “bully”, que significa valentão. O termo faz referência a uma ação contínua de violência praticada por um ou mais valentões contra a vítima. Essa violência pode acontecer de diversas maneiras, sendo tanto física, quanto psicológica e emocional. 

É muito comum que o bullying seja caracterizado por ameaças ou ações de intimidação, envolvendo humilhações públicas, descriminação, exclusão, segregação e até mesmo violência física. 

Por mais que esse tipo de violência tenha registros bem mais antigos, foi na década de 70 que esse termo foi criado e passou a ser estudado pelo pioneiro na pesquisa e psicólogo norueguês Dan Olweus.

Nos últimos anos, as discussões sobre os impactos do bullying na formação de crianças e adolescentes ganharam força e espaço, passando a ser tema recorrente nas salas de aula.

O bullying pode acontecer em diversos ambientes, como por exemplo no trabalho e até mesmo dentro de casa. Mas o mais comum é ver casos de bullying dentro das salas de aula, principalmente entre crianças e adolescentes. 

Mas, afinal, por que o bullying é comum entre crianças e o que leva a criança a praticar o bullying? Vamos discutir mais sobre isso e buscar entender. 

O que leva a criança a praticar o bullying

Como já vimos anteriormente, o bullying é um tipo de agressão muito presente nas escolas e, principalmente, entre crianças e jovens. Mas, afinal, o que leva uma criança a praticar esse tipo de violência?

É muito importante lembrar que não existe uma causa específica para esse comportamento agressivo e violento, mas existem alguns fatores que especialistas apontam como facilitadores para o bullying. 

O que se percebe são alguns pontos em comum entre as crianças que praticam o bullying. 

Chamar atenção

Muitas vezes, os comportamentos agressivos surgem como um reflexo de problemas e deficiências dentro de casa. 

Se uma criança apresenta comportamentos de uma criança triste e sente falta de ter atenção dentro de casa, praticar bullying pode ser a maneira encontrada para chamar atenção dos pais ou responsáveis. 

A criança ou adolescente pode se sentir negligenciada e deixada de lado, procurando de qualquer maneira receber atenção, mesmo que essa atenção seja direcionada para algo ruim, para uma bronca ou para ser repreendida. 

Popularidade

A busca pelo pertencimento a um grupo é algo que afeta ativamente o dia a dia de todas as pessoas, sejam elas adultos ou crianças. Ou seja, pertencer a um grupo é importante para muitas pessoas e ocupar um lugar de poder e popularidade é o desejo de muitos.

O problema surge quando crianças, nesse contexto da busca ao pertencimento, usam dos meios de repressão e violência contra outras para buscar um lugar de popularidade. 

Poder

Os atos de violência praticados no bullying podem ser também uma ferramenta para se sentir poderoso e buscar uma boa imagem de si mesmo, diminuindo e segregando os outros. 

Geralmente, isso acontece com crianças e jovens que têm problema de aceitação de autoestima, que acabam deixando essas frustrações saírem de forma errada e prejudicial para si e para os outros.

Problemas que o bullying pode causar na vítima

Um ambiente escolar seguro é parte fundamental para o bom desenvolvimento dos alunos e, quando o bullying é parte dessa rotina, muitos problemas podem ser desencadeados. 

A violência afeta diretamente aspectos da saúde mental e física das crianças, podendo ter impactos negativos na concentração, aprendizado, desenvolvimento cognitivo e até mesmo ser a causa de problemas emocionais e transtornos mentais. 

Cuidar da saúde das crianças é também estar atento aos sinais de que algo não está certo. Por isso, conheça os principais problemas que o bullying pode causar nas vítimas e saiba como isso pode impactar a vida e construção da personalidade das crianças. 

Ansiedade infantil

A ansiedade é um sentimento normal e comum que afeta todas as pessoas de diferentes idades. Para crianças é comum sentir ansiedade antes do primeiro dia em uma escola nova ou antes da apresentação de um trabalho importante.

No entanto, quando uma criança é vítima de uma situação de bullying esse sentimento normal de ansiedade tende a se estender e pode se tornar um transtorno. Em casos como esse, a criança passa a ficar muito nervosa, com medo e ansiosa antes de ir para a escola.

Além disso, essa ansiedade pode chegar a um ponto de a criança não querer mais ir pra escola, chorar muito e pedir para ficar em casa. Por isso, é muito importante ficar atento aos sinais de ansiedade infantil e procurar entender se esse transtorno está ligado a episódios de agressão e violência como o bullying. 

Tristeza

Um sinal fácil de reconhecer é quando crianças que costumavam ser alegres e felizes passam a apresentar comportamentos de criança triste e chorar sem um motivo aparente. Essa tristeza pode ser sinal de que algo está errado. 

Estar sofrendo bullying pode sim ser um dos motivos para essa mudança de comportamento, então os pais precisam estar atentos e manter uma boa comunicação com a criança e com a escola.

Depressão infantil 

A depressão infantil é um dos sinais mais severos da violência e constante agressão que o bullying representa. Em casos onde o bullying se estende por um período maior sem acompanhamento de responsáveis, as vítimas podem desenvolver depressão infantil, que até mesmo leva às tentativas de suicídio. 

A depressão é um transtorno sério que precisa de acompanhamento e tratamento com profissionais especializados como psicólogos e psiquiatras, e afeta não apenas adultos, mas também crianças e adolescentes. 

Transtorno de conduta

A violência sofrida no bullying afeta psicologicamente as crianças que são vítimas, facilitando o desenvolvimento de traumas e transtornos. Um deles é o transtorno de conduta, que consiste em comportamentos e condutas questionáveis para o ambiente familiar e escolar. 

Esses comportamentos podem ser agressividade exagerada, violência, egoísmo, falta de pudor, entre outros que não são considerados socialmente aceitáveis. 

Como evitar o bullying nas escolas

Saber como lidar com casos e, principalmente, como evitar o bullying nas escolas é um dos grandes desafios para diretores, professores e pais preocupados com o assunto. 

Apesar de ser um assunto muito discutido, na maioria das vezes o ambiente escolar ainda não está preparado para lidar com casos de bullying ou para educar as crianças e adolescentes como forma de prevenir a violência dentro das escolas. 

Mas é fundamental buscar estratégias para criar um ambiente escolar mais seguro para todos. Para isso, existem algumas dicas do que pode ser feito para evitar o bullying nas escolas. 

Educar contra o bullying

Muitas vezes o bullying começa e ganha forças por falta de conhecimento e informação. Essa violência se dá muitas vezes através de crianças e jovens que estão também passando por momentos difíceis e não entendem exatamente o mal que fazem.

Por isso, aulas especiais, palestras e outras ferramentas educativas servem para educar e dar informações e orientações corretas não apenas para quem pratica a violência, mas também para quem sofre com ela. 

Educar também mostra o caminho e possibilidades que as vítimas também podem buscar para se proteger e lutar contra o bullying. Ou seja, nesses casos a educação e informação pode ajudar a todos.

Prepare os professores e outras figuras de autoridade

Ainda hoje, muitas pessoas não sabem como lidar quando presenciam ou descobrem que casos de bullying estão ocorrendo. Por isso, as figuras de autoridade e principalmente pais e professores precisam saber o que fazer em situações como essa. 

Ter uma pessoa capacitada para lidar com esse tipo de situação dentro da escola pode garantir que os efeitos negativos da violência não sejam ainda maiores. Além disso, uma figura de autoridade com capacitação pode ajudar na organização de eventos, palestras e outras ações educativas contra o bullying. 

Tenha ajuda de profissionais

Lidar com casos de bullying não é uma missão fácil, então se você é um educador que lida com casos no dia a dia ou um pai que tem percebido sinais de violência dentro do ambiente escolar dos seus filhos, não sinta vergonha em procurar ajuda.

Alguns pedagogos e psicólogos possuem muita experiência e estudo para ajudar na criação e fortalecimento de um espaço escolar seguro e saudável para crianças e adolescentes.  

Conclusão 

O combate ao bullying nas escolas é uma missão muito importante para pais e educadores que estão buscando um ambiente seguro e saudável para crianças e jovens. É preciso entender as causas e aprender a prevenir os problemas que a violência pode causar.

Mas sabemos que alcançar esse ambiente seguro pode ser uma missão muito difícil, ainda mais lidando com o emocional de crianças. Por isso, a informação e a ajuda de uma equipe variada de profissionais como psicólogos, terapeutas e coaches pode facilitar essa jornada. 

É preciso investir em autoconhecimento, segurança e bem-estar emocional para jovens e crianças. Para isso, o Zenklub pode te ajudar, com diversos profissionais capacitados para guiar projetos de inclusão e bem-estar emocional.

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Referências

OLIVEIRA-MENEGOTTO, Lisiane Machado de; PASINI, Audri Inês  e  LEVANDOWSKI, Gabriel. O bullying escolar no Brasil: uma revisão de artigos científicos. Psicol. teor. prat. [online]. 2013, vol.15, n.2 

Bandeira, C. M., & Hutz, C. S. (2010). As implicações do bullying na autoestima de adolescentes. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, 14(1), 131-138.