Ser mãe não é tarefa fácil. Saber o que fazer em todas as situações e educar os filhos não é algo que se aprende na escola. Um dos desafios que as mães têm que enfrentar é lidar com os conselhos que recebem de todas as pessoas, diariamente.

Não existe um manual entregue depois do parto com todas as diretrizes divididas por faixa etária ou por fase de desenvolvimento – ainda bem.”Nunca dei ouvidos pro que os outros pensam. Mas isso não quer dizer que as pessoas deixem de opinar.” contou a cantora Pitty em entrevista à revista TPM.

A verdade é que todo mundo tem uma opinião formada sobre tudo: alimentação, sono, roupas, educação e toda a sorte de assuntos que envolvem as crianças. Mas cabe aos pais ou cuidadores a decisão do que é melhor para os filhos dentro do estilo de vida e valores de cada um. “Considerando todas essas condições da modernidade e essas exigentes atribuições às mulheres, mais particularmente às mães modernas, cabe-nos a reflexão sobre os estigmas que recaem sobre as mães”, diz a psicóloga Domitila Gonzaga.

Separamos cinco conselhos que as mães (pais e cuidadores) não aguentam mais ouvir:

Já não é hora de parar de mamar no peito?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais, mas as mães devem seguir suas limitações e conversar com o(a) pediatra sobre isso.

“(…) há os palpiteiros, sempre eles, que desencorajam as mães que persistem, principalmente aquelas que amamentam até o bebê completar o segundo ano de vida, como preconiza a OMS, Organização Mundial da Saúde. ‘Você ainda dá peito para essa criança? Não sustenta nada!’ ou então ‘Esse seu leite é só água” e por aí vai.’, diz a jornalista Rita Lisauskas  em sua coluna “Ser mãe é padecer na internet”.

Não amamenta na frente de todo mundo!

É pitaco até não poder mais. Esse é um tema que frequentemente suscita discussões acaloradas nas redes sociais, em defesa do direito que as mulheres têm de amamentar seus filhos onde quer que elas estejam. A questão virou até projeto de lei federal pelo direito das mulheres de amamentar em locais públicos.

Mas o que fazer caso você veja uma mulher amamentando em locais públicos? A resposta é simples: nada. Não olhe, não faça caretas, não encare.

Como assim seu filho não come doce?

Alimentação é um dos principais focos de discussão quando o tema é educação e desenvolvimento infantil. A tendência é a criança adotar os hábitos alimentares dos pais ou cuidadores, o que gera dúvidas e questionamentos vindos de toda parte.

Deixa o bebê chorar a noite toda que resolve!

Esse é um assunto pra lá de controverso. No ano passado, o apresentador Marcos Mion abordou o tema em seu perfil do Facebook. “Mesmo inexperiente, aos 24 anos, no meu 1.o filho, esse conselho já me dava arrepios!! Como assim?? Fazer meu filho se acostumar com o fato de que eu não vou ao seu resgate se ele chora? Ou pior, fazer uma criança se acostumar com seus medos e enfrentar traumas SOZINHA?! Oi?! Mas isso não vai exatamente contra TUDO que um pai deve fazer?”, disse Mion.

Nossa, como ele (ela) é agitado, né? Deve ser hiperativo (a)

Crianças brincam, pulam e estão em constante movimentação, mas isso não quer dizer que elas sejam hiperativas. Lembrando que um psicólogo pode diagnosticar o transtorno.

“É certo que as crianças frequentemente são mais ativas que os adultos, sem que isto seja uma hiperatividade anormal ou patológica. A diferença é que a criança hiperativa mostra um excesso de comportamentos físicos, manifestados como movimentos, quando comparadas com outras crianças de idade próxima. Além disto, a impulsividade também acompanha.

Há graus de hiperatividade – maior ou menor agitação, com sintomas variando entre leves a graves. A depender da gravidade, a hiperatividade pode comprometer o desenvolvimento social e escolar, especialmente a alfabetização e a aceitação de regras / limites.”, explica o Instituto Paulista de Déficit de Atenção.

E as namoradinhas, hein? Já tá na hora de namorar

Não é raro ouvir esse tipo de comentário, principalmente quando os filhos são meninos. Mas criança não tem que ser criança, brincar, pular etc? “Esse tema me causa arrepios e irritações. Quantas e quantas vezes vemos famílias orgulhosas de suas crianças terem namorados e namoradas tão precocemente? Vamos lá: criança não namora, quem namora é adulto. Criança brinca, joga, corre, faz chover, dança… criança faz coisa de criança. Namorar não é coisa de/para criança. Criança ama. Isso, sim. Gosta de expressar o amor, muitas vezes, como vê seus pais, suas mães fazerem em casa. Mas isso não é namoro, é amor. Amor de criança”, diz Marcelo Cunha Bueno, autor do livro “Sopa de Pai” (Editora Passarinho, 2016) que fala sobre educação infantil em sua página do Facebook.