Ter como companhia um gato, um cachorro ou mesmo um hamster, pode ser muito divertido. Mas será que os benefícios acabam por aí? Quando pensamos em ter animais de estimação, precisamos ponderar sérias questões, como a nossa disponibilidade de tempo, de espaço e lembrar que estamos assumindo um compromisso, por anos, de cuidar com responsabilidade e amor.

Além disso, precisamos lembrar também que convivemos com outras pessoas e estas influenciarão a vida do animal, assim como serão influenciadas por ela também! É bastante comum que as crianças peçam um companheiro para seus pais e esse pode ser um bom ajudante no desenvolvimento de algumas habilidades dos filhos.

Alguns benefícios físicos como a diminuição do desenvolvimento de alergias nas crianças que crescem com bichinhos, além do aumento das atividades físicas realizadas por pessoas que tem animais de estimação, através das brincadeiras e passeios, já valeria à pena. Mas vamos falar também das vantagens psicológicas de ter um animal em casa!

O que você aprende quando tem um animal de estimação?

Há, entre nós e um bichinho, uma intensa troca de afeto. A criança – e adulto também – pode aprender a respeitar o outro e entender seus potenciais e limitações. Além disso, há também desenvolvimento de empatia e responsabilidade, pois temos que estar atentos aos cuidados que eles necessitam a todo o momento, jamais os descartando quando estamos cansados ou quando apresentam algum problema comportamental.

São necessários também cuidados diários com o animal, como colocar ração, dar banho e limpar o quintal…todos comportamentos que requerem responsabilidade. Aliás, você sabe como a responsabilidade é desenvolvida?

Para explicar isso, vamos voltar um pouco nos termos da Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR):

Além das contingências reforçadoras positivas, há também os procedimentos aversivos: reforçamento negativo e punição. Na punição, sucintamente, o comportamento punido enfraquece de freqüência seja pela inserção de um estímulo aversivo (uma bronca, um tapa, um susto), seja pela retirada de algo reforçador positivo quando o comportamento inadequado é emitido (o vídeo game é desligado após os irmãos começarem a brigar pelo controle). Já no reforçamento negativo há a presença – ou ameaça – de um evento aversivo e então um comportamento remove ou impede que esse evento aversivo surja, os chamados comportamentos de fuga-esquiva. Esses comportamentos são fortalecidos pela remoção do aversivo!

Mas o que isso tem a ver com o tema do nosso texto?

Toda contingência com presença de algum evento aversivo é chamada de contingência coercitiva. E o sentimento de responsabilidade é desenvolvido quando são usadas essas tais contingências coercitivas! Se uma pessoa não é dita “responsável”, então podemos presumir que as contingências aversivas não foram tão presentes em sua vida.

Apesar de pensarmos que as contingências coercitivas devem ser evitadas, sabemos que isso não é possível totalmente. Além disso, contingências desse tipo muito intensas podem gerar ansiedade e medo. Portanto devemos planejar contingências coercitivas amenas para que a responsabilidade seja desenvolvida sem substratos negativos.

Em que os animais de estimação podem ajudar?

Retomando o assunto inicial, entendemos então que a presença de um animal de estimação pode ajudar a desenvolver responsabilidade, já que o indivíduo deve cuidar para que animal – e o próprio tutor – não sofra. A criança aprende que, se não alimentar o bichinho, ele passará a noite chorando, ou se não der carinho, atenção e educação, ele pode morder ou ter muitos comportamentos inadequados.

Portanto, ter animais em casa pode ser muito gratificante e prazeroso, além de pode gerar sentimentos de utilidade e felicidade, aumentando assim a nossa autoestima, podendo prevenir sentimentos de solidão e até depressão. E claro, pode ser um bom ajudante no desenvolvimento da responsabilidade! Se possível, vale a pena ter um animalzinho de estimação para lhe fazer bem!

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