Não é um termo que se use com frequência, mas alienação parental é mais comum do que se pensa. Você se separou, teve um filho deste relacionamento e fala mal do seu ex-cônjuge para seu filho?  Desmerece o outro genitor? Menospreza, torna evidente suas fraquezas e desvaloriza suas qualidades? Impede contato? Faz de tudo para romper com o vínculo? Se você se identifica com alguma dessas características, saiba que isso tem nome, chama-se alienação parental e quem mais sofre com isso é a criança.

A alienação parental acontece com mais frequência do que podemos imaginar. Ao romper um relacionamento, muitas vezes esse término é realizado com muita mágoa e ressentimento. Aquele que fica com a guarda da criança, tende a externar todo esse sentimento negativo que o marcou e, conscientemente ou mesmo sem perceber, usa a criança para manipular e punir o outro.

Imagine como é para essa criança, crescer tendo a certeza que seu pai ou sua mãe é um(a) perdedor(a), fracassado(a) e outros adjetivos negativos. Essa criança esta em formação, precisa de modelos e exemplos e o que é apresentado a ela é um modelo de um dos pais sendo totalmente negativo. A alienação parental não contribui com nenhum ponto positivo na criação do(a) seu(ua) filho(a).

Qual foi o modelo que você, pai ou mãe, teve? Pense que isso determinou quem você é hoje. Antes de “detonar” o seu ex-companheiro para seu filho, reflita sobre como será difícil para essa criança crescer acreditando que um de seus pais não serve para nada. Analise como seria para você não poder contar e admirar um de seus pais. Se é isso que você vem fazendo, certamente não está pensando no seu filho e, por pior que realmente um dos genitores venha a ser, tenha sempre em mente que é o pai ou a mãe dessa criança. Ela não tem culpa nenhuma e quem o(a) escolheu foi você.

Admitir que você é um alienador é o primeiro passo, pense sempre no seu filho e por mais difícil que seja, não tire dessa criança a oportunidade de admirar seus genitores.

A alienação parental quando consumada, leva ao que chamamos de “Síndrome de Alienação Parental” que compromete o desenvolvimento com sequelas emocionais e comportamentais como ansiedade, agressividade, depressão, comportamento hostil, transtorno de identidade, entre outros.

Quanto mais nova a criança, mais graves serão os efeitos e os danos causados pela alienação parental. Suas sequelas e consequências podem ser irreversíveis, se não tratados adequadamente.

Prestar atenção ao comportamento da criança é a melhor forma. O tratamento compreende além de acompanhamento da criança, a terapia e mudança de hábitos do responsável pela alienação parental. O engajamento e tratamento do pai ou mãe, responsável pela alienação é fundamental, já que é extremamente comum que este(a) não reconheça seus atos e sua mágoa com o ex-cônjuge é externada de forma tão habitual que se torna inconsciente.

Muitos relacionamentos possuem fins traumáticos, mas independente de atitudes, características ou episódios que façam o pai ou a mãe nutrir raiva, descrença, indignação e mágoa do ex-companheiro, lembre-se que a função de pai e mãe não é um período de transição ou  apenas uma aventura. Criar um filho é complexo, difícil e envolve rever prioridades. Despertar o ódio ou a indiferença sobre o outro genitor, não deixará nada mais fácil, nem as suas próprias tarefas. Não pratique a alienação parental.